Erguido a partir de 1925, o espigão de cor rosa que leva o sobrenome de um empresário italiano chamado Giuseppe foi o primeiro arranha-céu de São Paulo e tornou-se marco de sua verticalização. Seus trinta andares, distribuídos em 130 metros de altura, geraram deslumbramento quando a paisagem paulistana era dominada por casas e prédios com até quatro andares. Em meio às críticas, o prédio foi inaugurado em 1929. Sua imponência original foi seguida de episódios de glória e outros de abandono.
O espigão não teve uma inauguração oficial quando o grosso das obras acabou, em 1929. Um dos prováveis motivos foi a não ocupação de muitas de suas dependências. A demora em completar a tarefa era justificável, já que o prédio era enorme: tinha sessenta salões, 960 salas e 247 apartamentos.
Edifício Martinelli em construção - Fonte: Veja São Paulo
Edifício Martinelli em construção visto atrás do Vale do Anhangabaú 1949 - Fonte: A Vida no Centro
Cine Rosário no Jornal O Estado de S. Paulo 1929 - Fonte: Veja S. Paulo
Nos últimos cinco pavimentos do Martinelli, seu dono construiu uma espécie de palacete, onde viveu a partir de 1929, com a família. Ele o acessava por dois elevadores. Das varandas e terraços, avistava o Pico do Jaraguá e a Serra da Cantareira. Entre os convidados ilustres que recepcionou ali estiveram Júlio Prestes (1882-1946) e o príncipe de Gales, futuro rei Eduardo VIII (1894-1972).
Pelo luxuoso edifício já passaram o Cine Rosário, barbearias, lojas, uma igreja e o luxuoso Hotel São Bento. Mas altos custos da construção fizeram Giuseppe Martinelli gastar seu dinheiro acumulado e ainda pedir empréstimos. Não se sabe ao certo a data, mas entre 1934 e 1937 ele vendeu seu sonho ao governo italiano e se mudou para o Rio de Janeiro. Em 1943, um ano depois de o Brasil declarar guerra ao Eixo (a aliança formada por italianos, japoneses e alemães), o edifício foi confiscado pelo governo nacional, sob justificativa de dívida de guerra.
O edifício passou por momentos difíceis que mostravam o fim de seus dias de glória, o fim do Cine Rosário nos anos 40, e a ocupação do prédio por famílias de baixa renda que transformaram-o em um cortiço, que chegou a abrigar cerca de 500 pessoas A partir dos anos 50, as dependências do Martinelli são ocupadas de forma irregular por famílias de baixa renda, que transformam o espaço em um cortiço, que chegou a abrigar cerca de 500 pessoas.
O grande prédio também foi cenário de mortes tidas como misteriosas e reuniões de grupos políticos de diferentes orientações. Entre 1975 e 2008 houveram intervenções para reparos e restauros e negociação com os proprietários particulares e moradores irregulares para a requisição da prefeitura.
Apesar do vaivém de sua história, o Martinelli segue firme na memória da cidade e do Brasil. No início dos anos 90, ele apareceu, junto com o escritor Mário de Andrade, em uma cédula de 500.000 cruzeiros. O Edifício também já serviu de local para eventos fechados e como cenário para a televisão por algumas vezes, sendo a última na novela “Órfãos da Terra” exibida pelo Rede Globo em 2019.
O Edifício Martinelli na cédula de 500.000 - Fonte: Veja S. Paulo
Edifício Martinelli visto de cima - Fonte: Pinterest
Sacada do palacete construído por Giuseppe Martinelli para viver com a família - Fonte: Curta Mais
Sacada vista de cima - Fonte: Veja S. Paulo
Foto tirada na sacada do palacete - Fonte: Prefeitura de São Paulo
Localização:
Av. São João, 35
Centro, São Paulo - SP | 01011-100
Tour: A retirada de ingressos ocorre até 3 horas antes de cada visita pelo site Sympla; é necessário chegar até 30 minutos antes da horário agendado. Após esse período, o ingresso será disponibilizado para fila de espera presencial.
*Em caso de chuva, a visita é cancelada.*
Diariamente: 11h - 12h - 13h - 14h30 - 15h30 - 16h30 - 17h30 - 18h30 - 19h30
Tempo de visitação: aproximadamente 40-45 min.
Participantes: máximo de 15 pessoas por visita.
Para mais informações acesse: turismo@prefeitura.sp.gov.br
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